quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Quais são as estratégias utilizadas pela indústria na comunicação dos alimentos?

A estratégia utilizada difere consoante o tipo de produto alimentar que se quer comunicar. Por exemplo, um alimento que contribua benéficamente para a saúde é comunicado de forma diferente de um que se destine simplesmente a proporcionar uma sensação de prazer.
Neste tipo de comunicação, há que tentar concretizar certos objectivos como dar a conhecer as características do produto como seus efeitos no consumidor e também o seu modo de utilização de maneira que este seja eficaz. Do mesmo modo deve-se tentar fazer gostar do produto como por exemplo associá-lo a mascotes, personalidades, de modo a tornar a marca apelativa. É também importante fazer agir sobre o alimento, ou seja, incentivar as pessoas a usar o produto, dá-lo a conhecer à população de modo a torná-lo mais próximo e acessível.
Deste modo, consoante o produto que se comunica estes objectivos podem ser utilizados de modo diferente, de acordo com a "personalidade" do produto.


Iogurte Activia da Danone com Bifidus Acti regularis

Neste caso são fixados prazos de eficácia do produto bem como os seus efeitos positivos no organismo do consumidor.

Coca-Cola e o Pai Natal

Neste anúncio, reflecte-se o modo como a marca sempre foi associado ao longo dos anos à figura carismática do Pai Natal.

Adoçante Espiga para culinária 0% açúcar


Nesta publicidade, a marca incentiva o público à utilização do produto, fazendo-o agir ao fornecerem receitas e sugerindo vários modos de utilização.

Não reprima os seus desejos pois estes tornam-se cada vez mais fortes!!



Publicidade de uma marca de atum japonesa.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Como se pode posicionar o nutricionista que comunica sobre ciência?

Tal como qualquer outra pessoa que comunique a uma população deve sempre adaptar a sua forma de comunicar às pessoas a quem se dirige, tendo sempre em conta a informação que têm sobre o assunto, o seu interesse pelo assunto e outros factores.
O papel do nutricionista nem sempre é imparcial. Para tomar a melhor decisão sobre como agir o nutricionista deve adoptar estratégias de modo a exercer a sua função, esclarecendo as pessoas sobre alimentação saudável, mas também tendo em conta outros factores, tanto políticos, económicos como sociais. Isto é importante para que este consiga ser confiável por parte da população e ao mesmo tempo consiga cumprir as suas funções como profissional.

Nos vários ramos da actividade de nutrição, os profissionais tomam posições diferentes para fazer chegar a sua mensagem. Por exemplo, um nutricionista clínico informa de maneira directa o seu público alvo, enquanto que um que trabalhe na indústria terá de se colocar em duas posições, tentando comunicar o que sabe sobre nutrição mas não fugindo aos princípios de mercado e da empresa.
Deste modo, ser nutricionista implica saber fazer uso e adaptar-se à ciência.

Quais os objectivos de quem produz ciência?

As constantes alterações a que assistimos no dia-a-dia leva a que a ciência e quem a produz tenha a necessidade e o dever de se actualizar constantemente para as conseguir acompanhar. Como tal, os profissionais ligados à ciência devem ser objectivos, concisos, fundamentados e devem procurar ser claros e coerentes aquando da comunicação com as pessoas que podem não estar directamente dentro do assunto.
O conhecimento é produzido com o objectivo de criar informação já existente ou mais profunda sobre determinados assuntos de modo a ampliar o conhecimento do resto da população e facilitar o processo decisional da sociedade em geral, desde os consumidores, politicos, autoridades económicas até mesmo outros cientistas.
A ciência assume assim um papel fulcral na consciência das pessoas antes da tomada de decisões e posições.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

De que forma estas correntes de pensamento influenciam a comunicaçao sobre alimentação?





Quando nos debruçamos sobre o que comemos, procuramos sobretudo informarmo-nos em dois itens: "historial" social do alimento e sua benéfice ou maléfice para a saúde. Deste modo é inerente a quem comunica sobre alimentação ter em conta ambas as correntes estruturalista e funcionalista.
Claro que o fundamento do conteúdo a comunicar vai variar em função do produto em questão bem como do alvo a atingir. Há todo um jogo de causa/efeito, oferta/procura, disponibilidade/necessidade.




Assim não é comum assistir a mensagens (aliadas á comunicação sobre alimentação) pro-adolescentes focadas apenas em aspectos nutricionais, não sendo também comum recorrer-se a um nutricionista apenas porque se quer ficar estéticamente belo/a e sentir-se aceite pela sociedade.
Tal como não será normal ver Etíopes, habitantes do Darfur ou simples famílias carenciadas do "Portugal profundo" preocupados se um alimento está na moda ou se é rico num determinado elemento nutricional. A fome não olha a publicidade, slogans ou rótulos.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Corrente estruturalista vs corrente funcionalista

A comunicação sobre alimentação pode ser feita através de duas correntes de pensamento: a estruturalista e a funcionalista.
De facto, quando vemos televisão, por exemplo, deparamo-nos com diferentes modos de comunicar sobre os diferentes produtos alimentares. Alguns remetem-nos para um conceito social e cultural com referência à família, ao grupo de amigos ou aos prazeres da vida. É o caso das batatas fritas Lays, em que no próprio slogan é colocada uma imagem de uma família unida e sorridente. Esta é uma comunicação baseada na corrente estruturalista.

Por outro lado, existem anúncios em que predomina o apelo ao saudável e ao bem-estar, mencionando geralmente novas características do alimento ou dando ênfase às já existentes que o tornam mais saudável e recomendado. É uma estratégia com influência da corrente funcionalista. Por exemplo, a publicidade dos produtos da marca Becel é feita de modo a mostrar principalmente os benefícios deste produto para a saúde do seu coração.


Assim, de acordo com o alimento a promover e as suas características devemos ter em atenção qual a corrente mais adequada para o efeito.